Projeto Escrita Criativa : Um estranho na rua

E aí aquele conhecido, amigo, aquela pessoa que você confiava seus maiores segredos, que você podia contar em todos os momentos, aquela pessoa que você sabia que nunca abandonaria você, vira um completo estranho! É esquisito o quanto o tempo muda determinados pensamentos que já estão fixados na sua cabeça sabe?! O quanto as atitudes das pessoas influenciam em toda uma vida é uma coisa surrealmente complicada, e até dá medo as vezes. Na vida nós sempre acabamos tendo aquela pessoa que está sempre do seu lado, em todos os momentos e fases da sua vida, que você peeeeensa que nunca vai trair você, certo? E bota certo nisso. Claro, não vou generalizar nunca isso que eu tô falando, mas tô querendo citar os amigos que sempre foram pessoas que você não se imaginava sem, e daí, num passe de mágica, essa pessoa se torna um completo estranho, alguém que você não reconhece, que você olha, e vê que as ideias, os valores,absolutamente tudo foi embora, que aquela pessoa que era seu porto seguro, não existe mais, e sabe-se lá se um dia existiu realmente. Que a forma que ela olha você, que foi um dia cheio de ternura, hoje é um olhar vago, distante, quase que desprezo, ignorando sua existência por completo. E aí, você um dia esbarra com esse amigo na rua, vocês se olham, vocês param, você tenta esboçar um sorriso, e não sai. Você tenta dizer algo, e as palavras ficam presas na garganta, nada funciona, não importa o quanto você esteja ali, no sentido mais amplo da palavra 'estar', não importa nada disso. Aquele estranho, não está ali. Simplesmente, vocês vão embora, e você se força a não olhar pra trás, e por mais estranho e difícil que seja, você não olha, você não quer olhar na verdade, o passado já não importa mais!

** Esse texto faz parte do Projeto Escrita Criativa, para conhecer clique Aqui

Daquilo que eu não soube dizer ©


 TEXTO DO SITE : TEMPO DE AMOR -  Do portal Ano Zero ©

       Uma pausa, dois suspiros e seis palavras: Eu nunca disse que te amava.
Sem questionar erros passados ou cobrar do tempo o quanto ele nos faltou, minha intenção é única e exclusivamente dizer que você, moço, é o melhor presente que ganhei nestes últimos tempos, nestas últimas semanas, nestes intermináveis e intensos dias até aqui.
Nem as mais belas poesias seriam capazes de traduzir a tua chegada. Sopro de leveza.
Surpreendida pelos acasos, pelas voltas da vida ou mesmo pelas palavras que diversas vezes apenas balbuciei, quando a minha vontade era tão-somente pronunciá-las, eu nunca soube te dizer o quanto as minhas pernas ficam frouxas cada vez que você se aproxima, cada vez que a tua mão acaricia docemente o meu rosto e o arrepio que sinto quando ela vagarosamente encosta na minha nuca, na minha cintura, na minha coxa.
Eu nunca disse que, quando você me abraça, apenas confirmo a certeza de que aquele instante (eternizado na memória) é o paraíso, o melhor lugar do mundo, a bússola que o meu coração sempre quer seguir.
Um dia desses, quem sabe, eu te direi o quão humana me sinto cada vez que silencio ao teu lado, que sorrio ao teu lado, que sou ao teu lado. E o quanto a nossa história tem uma sonoridade ampla, claramente encontrada nas mais bonitas canções de amor.
Contigo, eu aprendi sobre liberdade, sobre deixar o Outro ser quem ele é, no âmago da palavra, e do sentimento também. Talvez eu não tivesse tido a chance ou mesmo a coragem de dizer o quanto me reinventei, me transformei e me aceitei frágil e imperfeita, desde a nossa primeira temporada juntos.
É, moço, você me ensinou a fechar todos os meus ciclos, todas as histórias mal resolvidas que deixei esparramadas por aí, sem receio do que viria depois. O tempo ao teu lado me proporciona formas – de todos os ângulos, cores e texturas – de conhecer melhor a minha essência e de compreender, com mais nitidez, a soma dessa escolha nossa.
Você nunca soube o quanto a tua companhia me ensinou a manter uma convivência madura e sadia comigo e com a minha solidão, com o meu passado e com este presente que nos brinda com sutil delicadeza. Vem aqui, chega perto, que hoje – sem mais tardar – preciso te dizer o quanto eu te amo, o tanto que eu te quero bem, que eu te quero perto.
Sim, eu nunca disse que quando os meus pés se aninham tão bem aos teus, como num gesto de proteção, de saber-te ali, tenho a plena sensação de que o amor chega quando a gente menos espera. E ele sempre sabe onde.

O amor da sua vida


Será que é fácil reconhecer o amor das nossas vidas? O amor da sua vida, fará você se sentir como nunca se sentiu antes. Não sei se terá borboletas no estômago, se você ouvirá o som de violinos e anjos cantando, se você sentirá seus pés saírem do chão ou se suas pernas vão bambear. O amor da sua vida, terá o melhor abraço, o melhor beijo e o melhor cheiro. O abraço dele, será o abraço ideal e na medida certa. Não vai importar se é alto ou baixo, não vai importar nada. Ele será certo pra você do jeito que for. O amor da sua vida não será igual a você, e muito provavelmente, vocês terão alguns conflitos de vez em quando. Até porque vocês são pessoas totalmente diferentes, com criações diferentes. Não vai importar se você gosta de branco e ele preto, se você gosta da calmaria e ele de esportes radicais, se você gosta de altura e ele morre de medo, se você curte romance e terror, e ele curte comédia e ação. Se você é leitora compulsiva e ele não suporta ler nem bula de remédio. Creio eu que não vai importar muita coisa quando se reconhece o amor das nossas vidas. Porque vocês verão que juntos, nada mais importa, vocês verão que juntos, tudo fará sentido e tudo será cômodo e agradável. O amor da sua vida também pode não ser pra sempre. Você talvez até tenha vários amores da sua vida, quem sabe?! Cada um de um jeito diferente e único que só você saberá amar, e cada um será de um jeito. Apenas não deixe de amar cada amor da sua vida como se nunca fosse acabar, sem medo e sem desculpas, sem amar pela metade. As entregas são necessárias as vezes. Tenho medo dessas pessoas que já começam um relacionamento pensando em terminar, que não pensam que será eterno, que já se conforma com um possível e previsível fim. Eu aprendi a não me conformar com coisas pela metade, a viver tudo que a vida tem a me oferecer, a abraçar as oportunidades. Um texto que gosto muito do Chico Xavier é esse aqui :


A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos. A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos, ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no futuro. A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...    TUDO BEM!                 O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum... É amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos. Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.