Daquilo que eu não soube dizer ©


 TEXTO DO SITE : TEMPO DE AMOR -  Do portal Ano Zero ©

       Uma pausa, dois suspiros e seis palavras: Eu nunca disse que te amava.
Sem questionar erros passados ou cobrar do tempo o quanto ele nos faltou, minha intenção é única e exclusivamente dizer que você, moço, é o melhor presente que ganhei nestes últimos tempos, nestas últimas semanas, nestes intermináveis e intensos dias até aqui.
Nem as mais belas poesias seriam capazes de traduzir a tua chegada. Sopro de leveza.
Surpreendida pelos acasos, pelas voltas da vida ou mesmo pelas palavras que diversas vezes apenas balbuciei, quando a minha vontade era tão-somente pronunciá-las, eu nunca soube te dizer o quanto as minhas pernas ficam frouxas cada vez que você se aproxima, cada vez que a tua mão acaricia docemente o meu rosto e o arrepio que sinto quando ela vagarosamente encosta na minha nuca, na minha cintura, na minha coxa.
Eu nunca disse que, quando você me abraça, apenas confirmo a certeza de que aquele instante (eternizado na memória) é o paraíso, o melhor lugar do mundo, a bússola que o meu coração sempre quer seguir.
Um dia desses, quem sabe, eu te direi o quão humana me sinto cada vez que silencio ao teu lado, que sorrio ao teu lado, que sou ao teu lado. E o quanto a nossa história tem uma sonoridade ampla, claramente encontrada nas mais bonitas canções de amor.
Contigo, eu aprendi sobre liberdade, sobre deixar o Outro ser quem ele é, no âmago da palavra, e do sentimento também. Talvez eu não tivesse tido a chance ou mesmo a coragem de dizer o quanto me reinventei, me transformei e me aceitei frágil e imperfeita, desde a nossa primeira temporada juntos.
É, moço, você me ensinou a fechar todos os meus ciclos, todas as histórias mal resolvidas que deixei esparramadas por aí, sem receio do que viria depois. O tempo ao teu lado me proporciona formas – de todos os ângulos, cores e texturas – de conhecer melhor a minha essência e de compreender, com mais nitidez, a soma dessa escolha nossa.
Você nunca soube o quanto a tua companhia me ensinou a manter uma convivência madura e sadia comigo e com a minha solidão, com o meu passado e com este presente que nos brinda com sutil delicadeza. Vem aqui, chega perto, que hoje – sem mais tardar – preciso te dizer o quanto eu te amo, o tanto que eu te quero bem, que eu te quero perto.
Sim, eu nunca disse que quando os meus pés se aninham tão bem aos teus, como num gesto de proteção, de saber-te ali, tenho a plena sensação de que o amor chega quando a gente menos espera. E ele sempre sabe onde.

0 comentários: